Recomendo que antes leia: Seis semanas de reportagem nas zonas controladas pela UNITA - I
Vejamos então o ultimo artigo do Eduardo Cintra Torres no blog Malomil, onde o jornalista relata seis semanas de reportagem nas zonas controladas pela UNITA. Eu li e recomendo (link), Aqui fica excertos que achei no mínimo intrigantes:
"Na Jamba, na última noite, já de madrugada, entrevistei Savimbi. Desta vez, o que sobressaiu não foi o líder carismático, mas o vendedor de banha da cobra. As minhas perguntas sobre a conivência entre a UNITA e as Forças Armadas portuguesas e até a PIDE e sobre o apoio da África do Sul do apartheid criaram embaraço que ele escondia com desdém e pedindo a colaboração nas respostas aos seus adjuntos, que assistiam à entrevista na cubata redonda. Um deles era o general Puna, que mais tarde desertou da UNITA...Havia medo, visível e invisível, na presença de Savimbi."
"A guerra no interior da agência de notícias e a guerra entre facções políticas pró e contra a UNITA ou o MPLA, o conflito planetário entre o Ocidente e o Leste motivaram uma censura do meu trabalho que a UNITA não fizera, apesar de os meus textos enviados de Angola incluírem elementos desagradáveis para o movimento."
Este ultimo artigo, faz um relato impressionante da censura que Eduardo Cintra Torres foi alvo, pelo que aconselho vivamente a leitura deste artigo, não obstante a leitura do primeiro e do segundo.
Depois de ler o conjunto dos três artigos, posso dizer que estamos perante um trabalho marcado pela independência, de alguém que quis fazer o seu trabalho no outro lado da barricada. Contudo não se absteve de dizer o que pensava, mesmo quando eram opiniões desagradáveis para a UNITA.
"Na Jamba, na última noite, já de madrugada, entrevistei Savimbi. Desta vez, o que sobressaiu não foi o líder carismático, mas o vendedor de banha da cobra. As minhas perguntas sobre a conivência entre a UNITA e as Forças Armadas portuguesas e até a PIDE e sobre o apoio da África do Sul do apartheid criaram embaraço que ele escondia com desdém e pedindo a colaboração nas respostas aos seus adjuntos, que assistiam à entrevista na cubata redonda. Um deles era o general Puna, que mais tarde desertou da UNITA...Havia medo, visível e invisível, na presença de Savimbi."
"A guerra no interior da agência de notícias e a guerra entre facções políticas pró e contra a UNITA ou o MPLA, o conflito planetário entre o Ocidente e o Leste motivaram uma censura do meu trabalho que a UNITA não fizera, apesar de os meus textos enviados de Angola incluírem elementos desagradáveis para o movimento."
Este ultimo artigo, faz um relato impressionante da censura que Eduardo Cintra Torres foi alvo, pelo que aconselho vivamente a leitura deste artigo, não obstante a leitura do primeiro e do segundo.
Depois de ler o conjunto dos três artigos, posso dizer que estamos perante um trabalho marcado pela independência, de alguém que quis fazer o seu trabalho no outro lado da barricada. Contudo não se absteve de dizer o que pensava, mesmo quando eram opiniões desagradáveis para a UNITA.
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