A principal diferença entre os dois estados é a forma como o casal vê a sua relação. Há quem acredite que seja necessário assumir um compromisso oficial perante a sociedade para demonstrar o seu comprometimento e há quem pense que morar junto, dividindo a vida a dois, já é o suficiente. Casar implica custos, não necessariamente, os custos de cerimónia, mas a oficialização em cartório é um investimento.
No entanto, a maioria das pessoas que já viveram juntos antes de se casarem,
concordam que é diferente passar de um estado para o outro. O sentido de
compromisso é diferente, normalmente quem vai viver junto é para “ver se
resulta”, ou seja é uma tentativa assumida e acordada pelas duas partes de
experimentação. Sair de uma situação assim é muito mais fácil e está muito mais
à superfície, porque envolve somente, pelo menos a princípio, um compromisso a
nível das duas pessoas envolvidas.
O casamento além de ser um “contrato” pessoal, também tem um carácter
social, é a apresentação à sociedade aonde vive o casal, do compromisso. A
noção do quão seguro é o relacionamento,
pode ser bastante afectada, e isso também se reflecte na forma de comportamento
do casal, e na própria durabilidade da relação. Por exemplo, uma pesquisa da
Universidade de Virgínia (EUA) chegou à conclusão de que a forma como
percebemos um compromisso de longo prazo (se o percebemos como casamento ou
como apenas coabitação) pode mudar o modo como reagimos ao stress. Outra
pesquisa, feita em 2001, concluiu que os casais que coabitam antes do casamento
(e especialmente antes de um noivado ou compromisso) tendem a ser menos
satisfeitos com seus casamentos, e mais propensos ao divórcio. Esses resultados
negativos são o chamado “efeito coabitação”, e é causado pelo facto de que
estes casais têm uma visão menos conservadora do casamento.
No entanto, esses estudos são pouco esclarecedores e é difícil definir uma
regra geral. Há quem seja da opinião que a coabitação é o suficiente e que o
casamento só fazia sentido antigamente, quando só era possível ao casal ter
intimidade, dentro de um casamento. Mas ainda há muita gente que defende que, enquanto não houver casamento, haverá sempre mais um passo que pode ser dado
para que o compromisso se torne mais sério e para que os dois se sintam mais
seguros numa relação.
Antes de tudo, porém, o amor e o compromisso pessoal tem de prevalecer nos
dois casos.
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