Analise critica do Livro O Capital no século XXI de Thomas Piketty, por Carlos Guimarães Pinto no Observador

"A tese central do livro é a de que não existe nenhum mecanismo endógeno no capitalismo de correcção da desigualdade. Antes pelo contrário: sem qualquer evento disruptivo como uma guerra e sem políticas activas de redistribuição, o capital tenderá a acumular-se, ganhando um crescente peso na distribuição de rendimentos. A desaceleração do crescimento económico tenderá a amplificar ainda mais esse efeito (embora o autor pareça prestar pouca atenção à ligação entre o retorno de capital e o desenvolvimento económico). Piketty apresenta ainda dados que parecem confirmar a noção intuitiva de que grandes fortunas conseguem atingir retornos de capital superiores à média.
Todos estes factores somados levarão ao que Piketty chama uma “economia de herdeiros”, em que o capital herdado terá uma importância cada vez maior. Apesar de ter uma certa lógica interna, estas conclusões não encontram eco na realidade. Contradizendo a teoria do livro, nos EUA apenas um décimo das 400 maiores fortunas da década de 1982 se mantinham nessa lista em 2012. As grandes fortunas, principalmente as herdadas, tendem a diminuir, dividir-se ou extinguir-se com alguma facilidade (como os eventos recentes em Portugal demonstram)."

Ainda não comprei o livro, logo não o li, mas está analise de Carlos Guimarães Pinto parece tanto ou quanto feita com um olhar politizado. Apesar do mesmo reconhecer o extraordinário trabalho que culminou no livro em questão, a analise fundamenta-se mais em criticas direcionadas a metodologia  de pesquisa do que propriamente ao conteúdo.

Contudo o artigo é interessante e desperta um pouco mais a já grande curiosidade que o próprio livro "O Capital no século XXI" faz emergir.


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