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| Ricardo Soares Oliveira - Fotografia do Observador |
Ricardo Soares de Oliveira, 37 anos, professor de Política Comparada na Universidade de Oxford, estudou a Angola do pós-guerra civil. E conta-nos num livro como a actual oligarquia acumulou poder e riqueza e viu Portugal render-se ao poder dos seus dólares.
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| Fotografia do Observador |
A propósito deste livro, Ricardo Soares de Oliveira deu uma entrevista interessante ao jornal online Observador. Apesar de longa, vale a pena ler. Sem por em causa o trabalho realizado por este grande professor português de Oxford, sou da opinião que esse tipo de temas e assuntos que roçam o aspecto histórico-politico de qualquer país africano deve ser uma responsabilidade da intelectualidade africana.
A questão que se coloca é a imparcialidade, a coragem e a liberdade de pensamento que se exige nesses tipos de estudos, Infelizmente muitos dos nossos intelectuais não dispõem desses requisitos fundamentais, e quando são imparciais e corajosos, não é nada prudente exteriorizar o que pensam, pois as consequências são fatais.
Para que não haja mal intendidos, eu não tenho nada contra a intelectualidade sobre África que vem de fora de África, nem é esse o ponto que quero ver realçado. Facto é que, dentro e vindos de dentro do nosso velho continente, temos pessoas capacitadas que, por mais variadas razões (muitas delas legitimas), simplesmente não tem como produzir obras da mesma magnitude que este Magnificent and Beggar Land. Angola since the Civil War. E para concluir, Muito tem-se dito e muito mais tem-se escrito sobre África, mas comparativamente, muito pouco tem sido obra dos Africanos.
De quem é a culpa? Da Intelectualidade africana? Dos governantes Africanos? Nossa?
Deixo a resposta para o leitor, mas, mais importante do que encontrar culpados, é a necessidade que a sociedade africana tem de insurgir contra a falta dos requisitos supra citados e escrever sobre África. Sob pena de continuarmos a ver hipotecada a ciência produzida em Àfrica.
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