338 Carruagens paradas!




Amanhã os cerca de 1450 trabalhadores do Metropolitano de Lisboa farão mais uma greve, causando o transtorno a mais de meio milhão de passageiros que utilizam diariamente as quatro linhas do metro, provavelmente todos chegarão atrasados aos seus destinos.

Mais uma vez durante 24h teremos as 338 carruagens paradas. Um protesto justificável ou infundado, movido por interesses de pessoas e instituições cujo interesse prejudica milhares.

Com uma média etária acima dos 40 anos, com pelo menos o 9º ano, um maquinista do Metropolitano de Lisboa trabalha nas seguintes condições:

- Aufere um salário ilíquido de cerca de 2500 euros mensais (das sete horas e meia de trabalho por dia, três horas são dedicadas à condução de passageiros, as restantes horas a estacionar comboios e a fazer manobras);
- Aufere subsídios de trabalho nocturno, subsídio de turno, subsídio de agente único, prémios de assiduidade e de desempenho etc.;
- A média de horas de trabalho por semana situa-se nas 36 horas;
- Trabalha durante quatro dias da semana e folga dois;
- Possui um dos salários mais elevados dos funcionários dos transportes públicos (o 2º mais elevado da Europa);

É certo que o direito à greve está consagrado na Constituição da República Portuguesa (Art.º 57), e é um direito de todos os trabalhadores, mas quando é excessiva e infundada torna-se vergonhoso, uma falta de civismo e respeito. Não é ético e justificável que o direito à greve seja fundamentado no protesto contra a privatização da empresa e na melhoria das suas situações contratuais. Estes trabalhadores não podem e nem merecem ser protegidos pelo sistema.

A questão fundamental destas greves já não passa apenas pela defesa dos direitos dos trabalhadores, mas sim de prejudicar terceiros para o benefício próprio, algo que nunca irei concordar, ainda mais quando existem várias outras formas de luta, mas esta é a mais simples e fácil!

Que seja privatizada e logo!

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