Desabafo


Sou um confesso adorador da ironia, servo do acaso – conjugação de decisões aleatórias - da sua inconstância e parecer. Serei pai aquando ainda aprisionado na aprendizagem de como ser um bom filho. 

Filha, ao contrário de outros pais que com pinças delicadamente planeiam o futuro das suas sementes – fosse o mundo um palco onde teriam nossos rebentos de atuar e falar consoante conceitos e princípios por nós pré definidos – são as minhas ações que direciono ao meu propósito consoante pedras de xadrez fossem. Cada jogada minha sei que as tuas influenciarão, a imparcialidade do exemplo se encarregará de cumprir o seu dever.

Vou incentivar-te na demanda pelo erro, pratico hoje o amor incondicional para que amanhã seja um guia e não um juiz, para que te consiga encaminhar na vereda de erros distintos dos meus, assim beneficiaremos ambos com a aprendizagem resultante dos mesmos.
Enquanto não nasces só me resta praticar embalado pelo torturante manto da ansiedade. Que disfrutes do tempo que te resta ai no confortante ventre da mamã.

Até já, Raquel.

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